A PRIMEIRA MARATONA DE PARIS

Nos arredores da port Maillot, entrada charmosa de Paris, uma multidão de ciclistas e espectadores aguardavam o sinal de largada de Monsieur Giffard, representante do Le Petit Journal e diretor da Primeira Maratona de Paris. Era um domingo de céu azul e quente, 18 de Julho de 1896.
O pequeno pelotão de apenas duzentos maratonistas conversavam animadamente. Bem junto à linha de largada, dois irmãos ingleses amarravam as sapatilhas de couro. Leonard Hurst e Joe atravessaram o Canal da Mancha com grande expectativa de conquistar os parisienses.
E os parisienses pareciam felizes. Era a Paris fin-de-siècle, às vesperas da Exposição Universal. O Barão de Haussmann tinha transformado Paris a pedido de Napoleão. Criou-se os grandes boulevares, as grandes avenidas. A Paris favelizada, de ruelas imundas, escuras e medievais agora pulsava de alegria.
E foi neste ambiente de êxtase que M. Giffard autorizou a largada às 6:00 horas da manhã daquele domingo. Imediatamente os dois irmãos ingleses tomaram a dianteira em direção a Versailles. Seguido bem de perto e descalço o marceneiro Mège, excelente corredor de longa distância de apenas 21 anos. Incentivado a todo instante pelos ciclistas compatriotas, ele se esforçava herculeamente para não perder o contato com os dois ingleses.
Já entrando na estrada real e afastando-se dos arredores de Paris, Mère, após beber a primeira taça de champagne e um pouco de suco de laranja no km 6, aproximou-se ameaçadoramente de Joe e Len Hurst. E, como na Guerra dos Cem Anos, a luta foi demorada, disputada metro a metro.
Ao passar por St. Germain finalmente Joe sucumbe a Mère e Bagré, seguido de perto por Chauvelot. Então, a dobradinha dos irmãos ingleses tinha sido finalizada. Restava agora a liderança incontestável do pedreiro Hurst.
Ao chegar a Croix de Noailles, acompanhado de centenas de ciclistas, Leonard Hurst bebe mais um pouco de champagne. Sem nenhuma alimentação durante todo o percurso, com o corpo tomado de poeira, os pés cheios de bolhas e a sapatilha de couro em frangalhos, ele atravessa a linha de chegada em Conflans 2h31'30" depois.
Uma pequena multidão de 2.000 espectadores o aplaude. O seu técnico Boone o abraça efusivamente. Os ciclistas fazem um círculo em volta dele e gritam "le roi de Paris !!!".
Assim termina a minha história da primeira maratona de Paris, assim como do herói britânico Leonard Hurst, que continuou ainda vencendo maratonas na virada do século XIX.
O pequeno pelotão de apenas duzentos maratonistas conversavam animadamente. Bem junto à linha de largada, dois irmãos ingleses amarravam as sapatilhas de couro. Leonard Hurst e Joe atravessaram o Canal da Mancha com grande expectativa de conquistar os parisienses.
E os parisienses pareciam felizes. Era a Paris fin-de-siècle, às vesperas da Exposição Universal. O Barão de Haussmann tinha transformado Paris a pedido de Napoleão. Criou-se os grandes boulevares, as grandes avenidas. A Paris favelizada, de ruelas imundas, escuras e medievais agora pulsava de alegria.
E foi neste ambiente de êxtase que M. Giffard autorizou a largada às 6:00 horas da manhã daquele domingo. Imediatamente os dois irmãos ingleses tomaram a dianteira em direção a Versailles. Seguido bem de perto e descalço o marceneiro Mège, excelente corredor de longa distância de apenas 21 anos. Incentivado a todo instante pelos ciclistas compatriotas, ele se esforçava herculeamente para não perder o contato com os dois ingleses.
Já entrando na estrada real e afastando-se dos arredores de Paris, Mère, após beber a primeira taça de champagne e um pouco de suco de laranja no km 6, aproximou-se ameaçadoramente de Joe e Len Hurst. E, como na Guerra dos Cem Anos, a luta foi demorada, disputada metro a metro.
Ao passar por St. Germain finalmente Joe sucumbe a Mère e Bagré, seguido de perto por Chauvelot. Então, a dobradinha dos irmãos ingleses tinha sido finalizada. Restava agora a liderança incontestável do pedreiro Hurst.
Ao chegar a Croix de Noailles, acompanhado de centenas de ciclistas, Leonard Hurst bebe mais um pouco de champagne. Sem nenhuma alimentação durante todo o percurso, com o corpo tomado de poeira, os pés cheios de bolhas e a sapatilha de couro em frangalhos, ele atravessa a linha de chegada em Conflans 2h31'30" depois.
Uma pequena multidão de 2.000 espectadores o aplaude. O seu técnico Boone o abraça efusivamente. Os ciclistas fazem um círculo em volta dele e gritam "le roi de Paris !!!".
Assim termina a minha história da primeira maratona de Paris, assim como do herói britânico Leonard Hurst, que continuou ainda vencendo maratonas na virada do século XIX.
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