Domingo, 8 de Janeiro 2012
DUSTIN HOFFMAN, O MARATONISTA.
O filme inicia-se com várias histórias ao mesmo tempo. Mas aos poucos elas vão se encaixando. Há a corrida de Babe, o maratonista, em volta do Reservoir no Central Park, o grande lago (me lembra com saudades os treinos que fazia ali nos dois anos em que vivi em Nova YORK). Há a discussão dos dois velhos no trânsito caótico de Manhattan, a explosão do carro-tanque...
Mas a trama principal gira em torno de Babe - Dustin Hoffman -, um estudante de pós-graduação tentando provar a inocência do pai. Ao mesmo tempo descobre o envolvimento do irmão em roubos de diamantes. Falso ou verdadeiro, ele acaba sendo perseguido pelo nazista, dentista e torturador Christian Schzell -interpretado pelo fenomenal ator shakespeariano Laurence Olivier -. A sessão de tortura na cadeira de dentista é antológica. Olivier repete várias vezes a frase "is it safe?" num decrescendum aterrorizante. E Babe, o maratonista, parece suportar a dor com maestria. Ou, talvez, porque não há muito a revelar.

Babe é um maratonista. E todo maratonista tem um limiar de dor diferenciado, dizem. A convivência diária com os treinos longos, estafantes, doloridos estimulam de certa maneira uma insensibilidade relativa à dor. É claro que o limiar de dor varia muito com relação à idade, fatores emocionais, raça, sexo etc. No entanto, os maratonistas aprendem a manipular e, às vezes, eliminá-la. Evidente que através de um processo de secreção hormonal proporcionado pelo cérebro defronte do estimulo, do perigo. Is it safe? - pergunta insistentemente Laurence Olivier. Perigoso, talvez - diz alarmado Babe, o maratonista.
Postado por neycayres às 06:27 0
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